
Instituída oficialmente no Brasil pela Lei nº 13.345/2017, a campanha Agosto Dourado é dedicada à conscientização sobre a importância do aleitamento materno. A cor dourada foi escolhida em referência ao padrão ouro do leite materno, considerado alimento completo para os primeiros meses de vida. Promovida anualmente, a iniciativa busca ampliar o debate sobre os benefícios da prática e sobre a necessidade de apoio às mães.
De acordo com a enfermeira e docente da área da saúde do Senac Novo Hamburgo, Carol Piumato, “o leite materno reúne todos os nutrientes essenciais para o crescimento do bebê e ainda protege contra diarreias, infecções respiratórias e alergias”. Já para a mãe, a amamentação contribui para a recuperação após o parto, reduz o risco de algumas doenças e fortalece o vínculo afetivo com o filho.
Ela destaca que o Ministério da Saúde recomenda aleitamento exclusivo até os seis meses de vida e, de forma complementar à introdução alimentar, até os dois anos ou mais.
Apesar das inúmeras vantagens, o processo de amamentação pode apresentar alguns obstáculos. “Embora seja natural, amamentar pode trazer desafios como a dificuldade na pega correta do bebê, dor e sensibilidade nos mamilos, insegurança quanto à produção de leite, cansaço devido à nova rotina de cuidados e falta de apoio da família ou do ambiente de trabalho”, aponta.
Para Carol, o incentivo é fundamental e pode vir de gestos simples, como dividir tarefas domésticas, oferecer suporte emocional, criar espaços adequados de amamentação nos locais de trabalho e valorizar campanhas e políticas públicas que incentivem o aleitamento materno.
Segundo a docente, o Agosto Dourado atua também no combate a mitos. Um dos mais comuns é a ideia de que existe “leite fraco”, o que não corresponde à realidade. “A composição do leite é semelhante para todas as mulheres e é o alimento ideal para nutrir o bebê até os seis meses”, explica. Outro engano recorrente é oferecer água ou chá antes dessa idade.
A enfermeira esclarece que em situações em que a amamentação não é possível, alternativas seguras podem ser adotadas com orientação profissional. O mais importante, segundo ela, é que a mãe não se sinta culpada. “Nem sempre a amamentação é possível, e isso não diminui em nada o amor ou o cuidado da mãe com seu bebê. Nessas situações, existem alternativas seguras, como o uso de fórmulas infantis próprias para cada fase. O mais importante é que a mãe se sinta apoiada, sem culpas ou cobranças”, ressalta.
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Carol conclui que “amamentar vai além da nutrição, é um ato de cuidado, vínculo e proteção, que envolve mães, famílias, profissionais de saúde e toda a sociedade”. Garantir que cada criança tenha acesso ao leite materno e que cada mãe se sinta apoiada é um compromisso coletivo, capaz de transformar a saúde e o bem-estar das próximas gerações.