
A incorporação de inteligências artificiais (IAs) às IDEs (Integrated Development Environment – em português, ambientes de desenvolvimento integrado) está transformando a rotina dos programadores. Mais do que auxiliares pontuais, essas ferramentas já editam código dentro do próprio ambiente de trabalho, o que tem elevado significativamente a produtividade, especialmente entre quem sabe utilizá-las com precisão.
Segundo o docente dos cursos da área de Tecnologia da Informação do Senac Novo Hamburgo, Gabriel Pires de Barros, atualmente, o diferencial não é só escrever código: é saber comandar essas inteligências com prompts precisos, para gerar estruturas, correções e até sugestões de design em segundos.
De acordo com o especialista, a velocidade e a praticidade oferecidas por soluções como Copilot, CodeWhisperer e Curso tornam-se verdadeiros trunfos quando utilizadas com critério. Programadores experientes se beneficiam da automação para eliminar tarefas repetitivas e agilizar decisões técnicas. No entanto, o efeito pode ser o oposto entre quem ainda não domina a lógica da programação. “Quem já sabe programar só ganha; quem não souber, vai ficar na dependência", explica.
Com isso, a questão deixa de ser se a IA vai substituir o profissional, e passa a ser sobre como o humano continua sendo essencial. Segundo Barros, a IA atua como uma parceira de brainstorming, auxiliando em ideias e execuções, mas sem substituir o elemento criativo: “A IA gera cópias e adaptações a partir do que existe; quem cria algo totalmente novo e disruptivo somos nós".
Essa visão se sustenta em competências que seguem exclusivamente humanas, como pensamento crítico, sensibilidade de contexto e intuição na hora de lapidar soluções. Para o docente, a experiência prática também se destaca como um fator insubstituível: “Criatividade e pensamento crítico continuam sendo prerrogativas humanas. Julgamento de contexto e aquela habilidade de refinar soluções só vêm com experiência e sensibilidade".
Do ponto de vista ético e profissional, a presença das IAs no desenvolvimento de software também não é vista com receio, desde que usada com responsabilidade. O especialista ressalta que é possível evitar riscos, como o vazamento de código, ao adotar modelos privados. “Vejo a IA como um colega de equipe que segue instruções, não um risco”, analisa.
O uso responsável começa na sala de aula. Ainda que muitas instituições de ensino estejam apenas engatinhando nesse processo, Barros acredita que a adaptação é urgente, e já a pratica no dia a dia. “Na minha sala de aula, exijo que os alunos usem IA como ‘segunda mão’: ensaio de prompts, correção colaborativa e validação do que a ferramenta gerou", conta.
No Senac Novo Hamburgo, essa abordagem já faz parte do currículo dos cursos de tecnologia. O uso da IA é incentivado em todos os módulos, com foco em entendimento, correção e aprendizado contínuo. “Os alunos criam, testam e corrigem prompts, entendendo o processo de geração de código e fazendo ajustes até chegar no resultado ideal — e não só ficar tentando ‘até a sorte virar’”, destaca.
Para quem quiser conhecer os cursos de TI do Senac Novo Hamburgo, basta acessar o site da escola. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (51) 3553-7350 ou presencialmente na Av. Nações Unidas, 3760, no bairro Rio Branco.