
A inteligência artificial vem transformando o mercado de trabalho e os processos dentro das empresas, otimizando tarefas e facilitando a tomada de decisões. No entanto, o avanço tecnológico também levanta questões éticas importantes. Como garantir que as decisões automatizadas sejam justas e transparentes? E de que forma os cientistas de dados podem equilibrar inovação e responsabilidade?
De acordo com Vitor Hugo Lopes, coordenador do curso de graduação em Inteligência Artificial e Ciência de Dados do UniSenac - Campus Porto Alegre, a IA é uma ferramenta poderosa para a automação de processos, permitindo que empresas tornem suas operações mais eficientes. “Ela permite que as empresas tornem seu dia a dia mais eficiente. Com a IA, é possível reduzir o tempo gasto em tarefas repetitivas, melhorar a tomada de decisões e até personalizar o atendimento aos clientes. Um bom exemplo são os chatbots, que agilizam o suporte ao consumidor, ou os sistemas que analisam grandes volumes de dados para prever tendências de mercado. Não é sobre substituir pessoas, a IA permite que os profissionais foquem em atividades mais estratégicas e criativas", explica Lopes.
Porém, a automação também traz desafios éticos. Lopes alerta que os sistemas aprendem através de bases de dados e, se as informações contidas nelas forem tendenciosas, os algoritmos podem reproduzir e perpetuar desigualdades. "O principal desafio é garantir que a IA tome decisões justas e imparciais. Além disso, há a questão da transparência: as pessoas precisam entender como essas decisões estão sendo tomadas, principalmente quando afetam suas vidas, como em processos seletivos ou concessão de crédito. Outro ponto importante é a responsabilidade: se a IA errar, quem deve ser responsabilizado? Empresas e desenvolvedores precisam se antecipar a esses dilemas para garantir um uso ético da tecnologia", destaca.
Para garantir que os sistemas sejam justos, as organizações devem investir em boas práticas de governança e conformidade. "Primeiro, é preciso ter cuidado com os dados usados para treinar a IA, garantindo que sejam variados e representem a diversidade da sociedade. Além disso, os sistemas precisam ser testados e auditados regularmente para evitar que prejudiquem certos grupos de forma involuntária. Outro ponto importante é a explicabilidade: os usuários e tomadores de decisão devem conseguir entender, pelo menos em termos gerais, como o sistema chega a determinadas conclusões", afirma Lopes.
O papel do cientista de dados nesse cenário é essencial para promover a transformação digital de maneira ética. Cabe a eles desenvolver modelos de IA que atendam às necessidades das empresas sem comprometer a transparência e a equidade. “Além disso, eles precisam avaliar os impactos sociais e garantir que as decisões automatizadas sejam compreensíveis e justificáveis. Ao atuar na intersecção entre tecnologia e negócios, ajudam a equilibrar inovação com boas práticas de governança, promovendo um uso mais consciente e estratégico da IA", reforça Lopes.
O UniSenac – Campus Porto Alegre está com inscrições abertas para o curso Superior de Tecnologia em Inteligência Artificial e Ciência de Dados. As inscrições para o vestibular podem ser realizadas pelo link. Saiba mais sobre o curso acessando o site do Centro Universitário.