
Com o aumento dos casos de dengue em diversas regiões do país, identificar os sintomas da doença e saber quando buscar atendimento médico pode ser decisivo para evitar complicações. A enfermidade, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, apresenta sinais característicos que ajudam a diferenciá-la de outras viroses, como a gripe ou a Covid-19.
De acordo com a enfermeira Roberta Tavares, coordenadora e responsável técnica dos cursos de Enfermagem do Senac Saúde, os sintomas mais comuns da dengue são febre alta repentina, dor de cabeça intensa — especialmente atrás dos olhos —, dores musculares e nas articulações, náuseas, vômitos, manchas avermelhadas pelo corpo e cansaço extremo. “Diferente da gripe ou da Covid, a dengue normalmente não vem acompanhada de sintomas respiratórios, como tosse, coriza ou dor de garganta. Além disso, a febre costuma ser mais alta e persistente, e a dor no corpo é mais intensa”, explica.
Um ponto de atenção importante são os chamados sinais de alerta, que indicam agravamento do quadro e exigem avaliação médica imediata. Esses sinais costumam aparecer após a fase febril e incluem dor abdominal contínua, vômitos persistentes, sangramentos (pela gengiva, nariz, urina ou fezes), tontura, desmaios e queda no número de plaquetas. “Esses sintomas sugerem que o organismo pode estar entrando na fase crítica da dengue, com risco de complicações como hemorragias ou choque. Por isso, é essencial buscar atendimento sem demora”, orienta Roberta.
Alguns grupos estão mais vulneráveis a desenvolver formas graves da doença, como crianças pequenas, idosos, gestantes e pessoas com doenças crônicas, incluindo diabetes, hipertensão, problemas cardíacos ou renais. “Quem já teve dengue anteriormente também deve ficar atento, pois a reinfecção por outro sorotipo pode aumentar o risco de formas mais graves”, ressalta a enfermeira.
Durante a fase de suspeita ou confirmação da doença, é fundamental evitar o uso de certos medicamentos. Roberta alerta: “Medicamentos com ácido acetilsalicílico, como o AAS, ou anti-inflamatórios como ibuprofeno e diclofenaco, devem ser evitados, pois aumentam o risco de sangramentos. O ideal é sempre seguir a orientação médica.”
Para os casos leves, o tratamento pode ser feito em casa, com repouso, ingestão abundante de líquidos (água, soro caseiro, sucos naturais e água de coco) e acompanhamento dos sintomas. “É importante controlar a febre, estar atento aos sinais de alerta e manter contato com o serviço de saúde, seguindo as recomendações para retornos e exames”, destaca a profissional.
Já a internação hospitalar é recomendada quando há sinais como desidratação severa, sangramentos, queda de pressão arterial ou alterações significativas nos exames laboratoriais, especialmente com a redução acentuada das plaquetas. Nestes casos, o paciente recebe monitoramento contínuo, hidratação intravenosa e suporte médico para evitar complicações maiores.
Reconhecer os sintomas e agir com rapidez são medidas que salvam vidas. E a prevenção, por meio do combate aos focos do mosquito transmissor, continua sendo a principal estratégia para conter o avanço da dengue.