A promoção da saúde da comunidade LGBTQIAPN+ permanece como um dos grandes desafios do sistema de saúde brasileiro. Barreiras de acesso aos serviços, preconceito e práticas discriminatórias são algumas das variáveis que influenciam negativamente a qualidade de vida e a saúde dessas pessoas. Segundo relatório do Grupo Gay da Bahia, em 2024 o Brasil seguiu como o país com maior número de homicídios e suicídios de pessoas LGBT+.
Esses resultados estão diretamente relacionados ao acesso aos serviços de saúde e à atenção prestada pelos profissionais. Por isso, é de extrema relevância que as instituições de ensino valorizem essa temática em seus ambientes escolares, com o objetivo de formar profissionais capacitados e sensibilizados para o mercado de trabalho.
Nesse contexto, estudantes do curso Técnico em Enfermagem do Senac São Leopoldo têm como objetivo desenvolver um recurso educacional voltado à capacitação de profissionais da saúde para o acolhimento e atendimento qualificado dessa população na Atenção Primária à Saúde (APS). A iniciativa surgiu como parte do Projeto Integrador (PI) e está em fase de cocriação, construída coletivamente por alunos das áreas da saúde e da tecnologia, com base nas diretrizes da Política Nacional de Saúde Integral da População LGBTQIAPN+.
Pesquisas evidenciam lacunas na formação dos profissionais da saúde, revelando como a ausência de debates sobre gênero, sexualidade e diversidade contribui para a reprodução de práticas excludentes, além de fragilidades no atendimento e no acolhimento dessa população. Para enfrentar esse cenário, é necessário discutir equidade e integralidade, o uso adequado de pronomes e do nome social, bem como refletir sobre comportamentos que impactam a prática profissional.
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Os resultados iniciais indicam forte interesse dos profissionais em se qualificar para oferecer um cuidado ético, humanizado e livre de preconceitos. O Senac São Leopoldo valoriza o processo formativo de seus estudantes, respeita a diversidade e promove a inclusão social, reforçando a necessidade de que a formação técnica em saúde assuma seu papel na construção de um sistema universal, integral, equitativo e comprometido com a dignidade da população.